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PORQUE SE CRER NA BÍBLIA – Historicidade de Abraão

Abraão

ABRAÃO: PAI DA FÉ HISTORICO OU FILHO DA MITOLOGIA?

 Weder A. B. Silva – 10.03.2023

Ele é tido como pai da fé e patriarca das 3 maiores religiões do mundo: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, que o apresentam como personagem histórica. No entanto, alguns relatos de sua vida, como o papear diretamente com Deus e o do quase sacrifício de seu filho a pedido do Senhor, ou a gravidez desejada ocorrendo após a esposa já desfrutar da menopausa e da velhice tornam sua historicidade questionável, de caráter duvidoso. Haveria, no entanto, alguma evidência histórica da existência deste Deste homem de Deus? – Leia, reflita e se surpreenda!

GENEALOGIAS

Um primeiro e importante detalhe que evidencia a historicidade do Gênesis e de Abraão são as genealogias, no hebraico Toledot. A Bíblia apresenta a sequência familiar desde Adão a Abraão, ainda que em partes, em Gênesis 5, 10, 11 e no próprio capítulo 12, que continua apresentando uma pequena parte da linhagem do profeta. Acrescenta-se ainda a este grupo as linhagens apresentadas em Mateus 1 e Lucas 3. São evidências históricas exatamente por conta de os povos antigos não fazerem sequências genealógicas lógicas sem que de fato seus antecessores não tivessem existido. E o que torna mais forte esta evidência, são os dados que revelam a historicidade de outros personagens da linhagem de Abraão como: Adão, Eva, Noé e Jesus, pois se estes são personagens históricas, porque não o seria Abraão?

A Tabela das Nações, genealogia de Gênesis 10, também é um forte álibi em prol da existência do patriarca, pois é uma genealogia confirmada historicamente, sendo encontrada evidências dela em outros povos, tornando-se um documento confiável da origem das nações. Outra curiosidade são os termos: Semitas e Antissemitas, empregados ao longo da história humana, passando até por um destaque na segunda guerra mundial, em que Hitler focou sua ira contra o povo judeu, num antissemitismo doentio e patético. Semita vem do nome de um dos patriarcas da família de Abraão, Sem, o primogênito de Noé. Com a extinção das 10 tribos de Israel, e o domínio dos judeus sobre os benjamitas, resta ainda de Israel uma família só: os Judeus. Mesmo não sendo o único povo semita existente, o termo é usado quase que exclusivamente ao povo judeu, e de Sem aos judeus, tem que obrigatoriamente passar pelo patriarca Abraão, o que evidencia de novo sua historicidade.

ABRAÃO, ISAAC E ISMAEL

Abraão é o patriarca mais importante do mundo, do qual nasceram as três mais poderosas religiões do mundo: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo, com suas semelhanças e diferenças. Pela Bíblia, este cidadão saiu de sua parentela por ordem de Deus viajando sem saber para onde iria. O Senhor lhe prometeu uma descendência tão numerosa como as estrelas do Céu, promessa feita no tempo de sua velhice, quando sua esposa também já gozava de avançada idade e não poderia mais conceber, já que lhe tinha cessado há anos o ciclo menstrual. O texto sagrado revela ela, Sara, ansiosa por ver Abraão como pai, concedeu sua escrava ao marido, que engravidou a moça, tendo dela um filho a quem chamou Ismael. Tempos mais tarde Deus explica a Abraão que o filho seria de sua esposa Sara, que engravida na velhice e dá à luz Isaac. Seria toda esta história um fato ou um conto mitológico? Maria Fernanda Vomero indagou: “Ele é chamado de patriarca por 3,2 milhões de cristãos, muçulmanos e judeus. Mas novos estudos duvidam da sua existência. Que legado é esse que influencia metade do planeta há 4 mil anos? Qual é o futuro dessa mensagem se ficar provado que seu criador jamais existiu?” – Não seria então Abraão um mero elemento mitológico?

Parentesco Profundo Entre Adversários

Abraão viveu há uns 4000 anos, e foi surpreendente o resultado de uma pesquisa genética publicada pela Isto É Senhor sob o título: Judeus e Árabes: Irmãos – Pesquisa mostra parentesco profundo entre adversários, apontando uma ancestralidade comum. A matéria diz “Um ambicioso estudo genético, realizado em conjunto por cientistas dos EUA, de Israel, da Itália, Grã-Bretanha e África do Sul, colheu amostras do DNA de 1.300 homens das duas etnias em 30 países. Estudando o cromossomo Y – aquela herança genética que é passada apenas de pai para filho sem nenhuma modificação, obteve-se a confirmação científica de que todas as comunidades judaicas espalhadas hoje pelo mundo têm forte parentesco não apenas entre si, mas também com palestinos, sírios e libaneses. A pesquisa revela que todos esses povos possuem um ancestral comum: uma população que teria habitado o Oriente Médio há quatro mil anos. […] Segundo o chefe do Departamento de Estudos Judaicos da Universidade de Nova York, essa pesquisa corrobora os relatos bíblicos, segundo os quais uma variedade de famílias do Oriente Médio se originou de um mesmo patriarca.” A Folha de São Paulo também publicou algo semelhante, que por DNA foi constatado a presença de judeus e muçulmanos medievais na América do Latina; o curioso é a matéria, em seu subtítulo, trazer a expressão: ‘Descendentes do Abraão Bíblico.’ – Bem, é fato conhecido que Judeus entendem-se por descendentes de Abraão por meio de Isaac, que foi pai de Jacó, cujo um dos filhos era Judá, originador dos judeus; bem como é sabido que o Al Corão 2ª Surata 125 aponta Ismael, filho de Abraão, como pai dos muçulmanos. – E embora sendo fortes adversários, a afirmação deles sugerindo uma mesma origem abraâmica evidencia a veracidade histórica da Bíblia Sagrada e do patriarca.

Super Interessante: Uma Revista Arrependida

A revista Super Interessante tem tido prazer em desprezar a Bíblia e seus relatos como de cunho mitológico. Em Julho de 2003, na edição de número 190, ela publicou uma matéria, que dizia na capa: “Qual é o futuro dessa mensagem se ficar provado que seu criador jamais existiu?” – Sim, a revista inferia que o patriarca não existira, mas era mais fruto de uma cultura criadora de mitos. Bem, eles não contavam que, dezoito anos mais tarde, a pá dos arqueólogos os fariam recapitula, levando a mesma articulista a publicar um texto bem diverso.

A 18/06/2021 foi atualizado o texto de Maria Fernanda Vomero, sob o título: Saiba o que a Ciência já Descobriu a Respeito do Abraão Histórico. Agora, ‘convertida’, escreve que “Atualmente, historiadores, arqueólogos e estudiosos dos textos bíblicos admitem que provavelmente um homem chamado Abraão tenha vivido na chamada era dos patriarcas, período histórico que remete à Idade do Bronze, entre 2000 e 1500 a.C. Placas de argila encontradas em cidades próximas ao rio Eufrates, onde na Antiguidade se localizava a Mesopotâmia e hoje estão a Síria e o Iraque, indicam que os eventos da vida de Abraão, presentes no relato bíblico, podem ter realmente acontecido, mas não necessariamente protagonizados por um único homem. O que hoje os especialistas afirmam é que um Abraão, chefe de um grupo seminômade, realmente existiu.” – Até a lei que permitia Sara usar a escrava como barriga emprestada fora encontrada: “Outro exemplo é a atitude de Sara. Como ela era estéril, cedeu uma de suas servas, chamada Agar, a Abraão para que ele garantisse a descendência. Nas tabuinhas de argila, a lei é bem clara: a mulher permanente ou temporariamente estéril era obrigada a escolher uma filha ou uma escrava para dormir com o marido e assim gerar descendentes.”

Em 2003 a Revista Negou a Existência de Abraão

Fonte: VOMERO, Maria Fernanda. Abraão Existiu? Revista Super Interessante, No 190 – Junho de 2003 – Disponível em <https://www.bancantiga.com.br/1f230a/revista-super-interessante-abraao-existiu-n-190-junho-de-2003> Acesso em 10 mar. 2023.

Em 2021 a Revista Precisou se Retratar sobre a Existência de Abraão

Fonte: VOMERO, Maria Fernanda. Saiba o que a Ciência já Descobriu a Respeito do Abraão Histórico. Revista Super Interessante, 18 Jun. de 2023 – Disponível em < https://super.abril.com.br/historia/saiba-o-que-a-ciencia-ja-descobriu-a-respeito-do-abraao-historico/> Acesso em 10 mar. 2023.

Leis Antigas que Justificam Comportamentos de Abraão, Hagar e Sara

Sara não dava filhos a Abraão, quando Deus prometera que ele seria pai. Sua esposa sugeriu-lhe que se deitasse com sua escrava, no afã de o herdeiro vir ao esposo. É curioso ver que no Código de Hamurabi (Entre 1792 e 1750 a.C.) Lei no  170 está escrito: “Quando a primeira esposa de um nobre lhe gerar filhos e sua escrava também lhe gerar filhos, se o pai em vida declarar: ‘São meus filhos!’ – referindo-se aos filhos que teve com a escrava – então, estes serão contados com os filhos de sua primeira esposa quando ele morrer. Os filhos da primeira esposa e os filhos da escrava terão direitos iguais, salvo o primogênito da primeira esposa, este terá preferência na partilha dos bens.”

O texto ainda discorre na Lei 171: “Ora, se o pai, enquanto vivo, não declara aos filhos da escrava: “Vocês são meus filhos”, quando o pai vier a morrer, os filhos da escrava não terão partes iguais dos bens da casa do pai com os filhos da esposa principal; haverá libertação da escrava e de seus filhos: os filhos da esposa principal não poderão fazer aos filhos da escrava tornarem-se seus escravos.” – Pode-se ver ainda Leis semelhantes num texto anterior, no Código de Lipit-Ishtar, (entre 1934 e 1924 a.C.) Lei 25, um código legal sumério, que também fala sobre a relação entre filhos da esposa e da escrava.

Essas e outras leis estão ligadas ao caso familiar de Abraão, sendo ele o pai citado na Lei, Sara a primeira esposa, Hagar a escrava e Ismael o filho da escrava, inclusive a liberdade dos servos é relatada, evidenciando que a historicidade relatada em Gênesis, sobre a vida de Abraão, é um relato perfeitamente factível e consubstanciado por leis do período. Por certo… Abraão existiu!

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