PORQUE SE CRER NA BÍBLIA – Historicidade de Adão e Eva

FAZ SENTIDO CRER NA HISTORICIDADE DE ADÃO E EVA, OS BÍBLICOS PAIS DA RAÇA HUMANA?

Weder A. B. Silva – 15/02/23

Na Bíblia lemos histórias que chegam a ser bizarras: Um Deus que cria o mundo em 6 dias e descansa no sétimo; um casal, Adão e Eva, que são proibidos de comerem certo fruto, mas que foram enganados por uma serpente, que falava e não rastejava como as que conhecemos hoje, são alguns exemplos de histórias com aparência de serem apenas contos mitológicos. – Seriam, essas, histórias factuais ou apenas mitos? – Leia, reflita e se surpreenda!

ADÃO E EVA

A Criação

Gênesis começa com a criação em uma semana, diferente da evolução. E embora a teoria criacionista chegue a ser incrível, como a evolução, ela também possui evidências: Enuma Elish, traz semelhanças com a Bíblia. Deus criou tudo em 6 dias e repousou no Sábado; no Enuma Elish há uma ‘criação’ em sete tabletes, que pode representar a semana criativa. No primeiro tablete apresenta-se o caos, como em Gênesis 1:1-2. No sexto dia, Deus cria o homem, o que também ocorre no sexto tablete; no sétimo tablete os deuses descansam, e embora diferentemente, isso lembra o repouso sabático de Deus. – Contudo, alguém pode pensar: A Bíblia é uma cópia de mitos?

Uma diferença importante é o monoteísmo, em contraste com o politeísmo dos tabletes; segundo Mircea Elíade, o maior especialista em religião comparada, o Monoteísmo antecedeu ao politeísmo,[i] o que privilegia a Bíblia. Verdadeiramente a Bíblia corrige o mito, tanto que Gênesis é sequencial e literal, retomado por profetas posteriores, como Jesus, e pelo próprio Moisés, que o trata como real (Gênesis 2.1-3+Êxodo 20.8-11; Gênesis 2.7+1Coríntios 15.45). Outra discrepância é que o homem foi feito escravo, para que os deuses repousassem, ao tempo que o Deus bíblico não depende do homem e é incansável.

Logo, tanto a Bíblia como Enuma Elish descrevem o mesmo evento, e as disparidades são por conta da influência do tempo e da formação do politeísmo, que deturparam fatos. Mas é curiosa a semelhança, pois se todos vieram de uma mesma origem, é mais que natural que possuam histórias similares sobre as origens, na proporção em que os relatos foram mantidos oralmente, o que em Israel era comum.

Adão e Eva… nossos pais?

A ciência darwiniana sempre olhou com desdém para a afirmação de que todos os homens vieram de um só casal, talvez pelo natural posicionamento de se opor ao pensamento bíblico, que aparentemente se tornou uma mola propulsora para a pesquisa e afirmações darwinistas. Bons e lógicos argumentos eram alçados, como o raciocínio semelhante ao do uniformitarismo, sugerindo que se um casal desse origem a todos, ter-se-iam defeitos genéticos abundantes, em virtude das relações sexuais entre irmãos, isto é, insinuavam que a humanidade seria, mormente, constituída de pessoas com problemas genéticos, o que não é! – Este pensamento gozou de boa divulgação, solidificando a fantasiosa ideia de ter havido variadas evoluções humanas, em lugares distintos, o que desbaratava a dificuldade dos defeitos genéticos da relação entre irmãos; mas isso durou até o estudo de Rebecca Cann. A professora geneticista comparou 147 DNAs de diferentes etinías: Asia, Europa, Américas e África… mesmo os aborígenes australianos não ficaram de fora. O resultado é que seu estudo ficou conhecido como Eva Mitocondrial, já que a conclusão foi a de que todos os humanos originaram-se de uma só mulher. É claro que não falta birra, como a afirmação de que ela não é a mãe de todos, mas a matriarca dos homens mais recentes. O fato é que o silêncio da ciência sobre o surgimento da relação sexuada somados aos dados do estudo de Rebecca Cann apoiam consistentemente o relato bíblico, a ponto de a cientista evolucionista denominar essa mãe original de Eva. Acrescenta-se a isso o fato de os documentos egípcios e mesopotâmicos trazerem relatos de um homem original, pais de todos cujas variações fonéticas se assemelham em muito ao nome hebraico Adam: Adamu, Adime, Adapa, Alulim, Alorus, Atûm, Adumuzi, e outros… – Não seriam, estas, evidências fortíssimas a respeito do casal bíblico original?

A Semana de Sete Dias

O Calendário que usamos é um calendário astronômico, isto é, baseia seu tempo no movimento dos astros. O dia de 24 horas é marcado pelo movimento de Rotação, ou seja, uma volta da Terra em torno de si mesma. Já o mês é marcado com base na Lunação, uma volta da Lua em torno da Terra, o que a torna visível da perspectiva terrestre de quatro formas diferentes, reiniciando seu processo na primeira de suas fases, a chamada Lua Nova. O ano é marcado pela volta da Lua e da Terra em torno do Sol, num movimento denominado Translação. Agora uma pergunta inquietante é: Qual a origem astronômica da semana de sete dias? – A resposta é um sonoro: Não existe razão astronômica para a semana, porque ela é religiosa, sendo originada na Bíblia, através de Deus criar o mundo em seis dias e repousar no Sábado (Gênesis 2.1-3) para dar exemplo ao homem, criando o Sábado para seu bem (Marcos 2.27, Mateus 12.12). Tanto é assim que na Revolução Francesa, o matemático Gilbert Romme criou uma semana de 10 dias, de 10 horas, de 100 minutos e de 100 segundos, que durou apenas 12 anos, na intenção de abolir a semana bíblica. Romme suicidou-se, não vendo o fim do calendário, mas o fato é que o povo não conseguiu se acostumar, criando insatisfação nos relojoeiros, nos clérigos, nos cristãos e no povo em geral, o que culminou com Napoleão Bonaparte reestabelecendo a semana bíblica de sete dias.

A pergunta é: Por que o povo não se acostumou com a semana? – A resposta é diversificada, mas precisa incluir este novo fator, não falado outrora: O Ritmo Circaceptano, um ritmo biológico que exige um descanso a cada sete dias, exatamente como manda a Bíblia (Êxodo 20.8-11).

SHABATH = DESCANSO

A palavra Sábado, nome do sétimo dia da semana, vem do hebraico Shabath (שבת) que significa literalmente descanso. O nome é coerente com o contexto em que Deus cria o mundo em seis dias e descansa de modo exemplar no sétimo (Hebreus 4.4), concedendo o Sábado como dia de repouso ao ser humano (Marcos 2.27). Se a Bíblia for o relato da verdade original e não deturpado, dever-se-iam encontrar culturas ao redor do mundo que mantivesse o vocábulo Shabath ou algum modo foneticamente similar, ligando as semanas modernas à semana original. E o que encontramos em muitos idiomas diferentes ao pesquisarmos nesta direção? – Exatamente a semelhança fonética que liga o nome do sétimo dia das semanas dos países à sua forma original hebraica, com algumas exceções indianistas, germânicas e das que foram dominadas por Roma:

Fonte: Autoria Própria.

A Queda do Homem

A queda do homem também é um evento entendido como mitológico por muitos estudiosos. A dificuldade de crer numa serpente falante e que não rastejava é aludido como equivalente à fábula dos Três Porquinhos. Bem, embora para Deus tudo seja possível, a Bíblia não afirma que o poder da fala era da serpente, mas que ela tinha sido possuída por Satanás (Apocalipse 12.9), como ocorre em religiões animistas ou espiritualistas. Se a história do casal edênico for verdade, ela deve ter deixado algum rastro… e deixou: Foi encontrado um Selo Mesopotâmico de 2300 a.C., que ilustra a queda do homem, muito antes de a Bíblia começar a ser escrita, dando-nos uma possível evidência histórica do ocorrido:

Fonte: SILVA, 2008, p. 57. [ii]

Nele mostra uma árvore ao centro com um fruto pendente de cada lado. À esquerda da imagem há um homem a estender a mão a um dos frutos, e uma mulher à direita fazendo o mesmo, ambos tendo atrás de si uma serpente. Este achado de George Smith, do Museu Britânico, não é uma prova, mas convicta evidência da veracidade histórica da queda do homem, como relata a Bíblia.

A Serpente Antes da Queda

A maldição de Deus sobre a serpente deixa evidente que antes do pecado a serpente não rastejava (Gênesis 3.14), o que foi outro motivo de zombaria através dos séculos… pois serpentes sempre foram serpentes. Até que, no Brasil, na Chapada do Araripe, ilegal ou legalmente, foi encontrado um fóssil de uma serpente, que era diferente das víboras atuais:

Fonte: Revista Veja, 24 jul. 2015.

Os cientistas ficaram surpresos, diz matéria da Science, e não era para menos, serpente quadrúpede não é notícia corriqueira. E para quem crê na Bíblia, a surpresa é ainda mais interessante, já que provou ser perfeitamente plausível a afirmação bíblica de a serpente não ser no passado como as de hoje. Mais intrigante fica este episódio numa cena suméria, em que um casal vem de mãos erguidas ao deus Enki pedir clemência por seu erro; isso porque na cena se encontra também uma serpente quadrupede e alada, o que faz com que a similaridade com o relato bíblico seja inadiável e notória:

Fonte: SILVA, 2008, p. 58. [iii]

Outro detalhe importante é que a serpente do quadro é um animal draconiano alado, o que, além de evidenciar que a serpente não tinha a mesma forma que as de hoje, exatamente como a Bíblia descreve, sugere também algo que casa com Isaías 14.29 e 30.6, serpentes voadoras, que possivelmente tenha sido uma imagem extraída da tradição oral.

Conclusão

Assim, como para resolução de um caso criminalístico as evidências e provas apontam para uma determinada direção, a história, as tradições de antigas civilizações, a linguística, a semana, o ritmo circaceptano, o estudo genético de Rebecca Cann e o achado paleontológico de uma serpente quadrupede revelam aspectos muito interessantes que revelam a historicidade de Adão e Eva como plenamente plausível, contribuindo fortemente para a crença em Deus e na Bíblia como a Palavra de Deus. E para que a historicidade dos eventos bíblicos os surpreendam ainda mais, convidamos vocês a lerem o artigo: Por que se crer na bíblia? (Históricidade Patriarcal II): Noé, sua Arca e o Dilúvio são Fatos ou Mitos?

[i] SUÁREZ, Adolfo S; BENEDICTO, Marcos De; SILVA, Rodrigo P. da. Ensino Religioso, 3º ano. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016, p. 3.

[ii] SILVA, Rodrigo. Escavando a Verdade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 57.

[iii] SILVA, Rodrigo. Escavando a Verdade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 58.

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