PORQUE SE CRER NA BÍBLIA – Historicidade de Noé, sua Arca e o Dilúvio

NOÉ, SUA ARCA E O DILÚVIO SÃO FATOS OU MITOS?

 Weder A. B. Silva – 15/02/23

Muitos relatos bíblicos são tidos como mitológicos, um deles é a história de Noé, sua Arca e o Dilúvio Universal. A Ciência não pode tolerar a mais leve noção de coisa assim, pois uma inundação mundial há uns cinco mil anos acabaria como sua crença de um processo moroso de milhões e milhões de anos denominado evolução das espécies. Deste modo, é muito comum o relato de Gênesis ser apresentado como um mito, conto ociosos sem sentido. Mas será que é assim? O que um criacionista bíblico alega em sua defesa? – Leia, reflita e se surpreenda!

NOÉ E O DILÚVIO

Depois da história de Adão e Eva, por certo, uma das mais conhecidas seja a de Noé e o Dilúvio (Gênesis 6 a 8). A Bíblia conta que por causa da rebelião humana a sociedade tornou-se tal qual câncer, corrompendo-se absurdamente, necessitando, portanto, de uma intervenção. Deus chamou Noé, para que em 120 anos construísse uma arca e anunciasse o dilúvio vindouro. Mas este grande tempo não foi suficiente para convencê-los, nem mesmo depois de verem os animais entrando em fila no navio. Veio então o dilúvio e levou a todos (Mateus 25.37-39), cobrindo os montes mais altos da Terra (Gênesis 7.19). – Dificilmente a Ciência moderna admitirá esse evento global, pois ele põe a perder a teoria da evolução, que é simplesmente tornada nula com o dilúvio de não mais que cinco mil anos, já que não fornece tempo suficiente para o mito evolutivo. Bem, embora a história de Noé tenha uma aparência mitológica, dados diversos científicos e históricos têm demonstrado que o dilúvio de fato ocorreu, conforme ensina a Escritura.

As Medidas da Arca

A Ciência já admite que as proporções da arca dadas na Bíblia são semelhantes às medidas usadas hoje em navios e cargueiros, conforme afirma reportagem publicada em Revista Veja sobre estudos acadêmicos a respeito da arca e sua flutuabilidade. Melhor que uma revista nacional de cunho secular abrindo espaço para esta discussão é ler a opinião de um dos acadêmicos da própria Universidade de Leicester, Thomas Morris, afirmando: “Você não pensa na Bíblia necessariamente como uma fonte de informação cientificamente precisa, então acho que ficamos bastante surpresos quando descobrimos que ela funcionaria. Não estamos provando que é verdade, mas o conceito definitivamente funcionaria.” – O estudo e o relato bíblico são impressionantes em virtude de ser muito pequena a probabilidade de uma história inventada há tanto tempo ter uma informação tão precisa da física e engenharia naval moderna, harmônica em cumprimento, largura, altura, capacidade e flutuabilidade; estes aspectos tornam o relato mais sério, dando-lhe uma forte evidência de verdadeiro, o que contradiz as críticas de o Dilúvio ser um mito.

Dilúvio: Relatos Similares em Culturas Diferentes

Nenhum de nós existíamos há um, dois ou cinco mil anos, o que nos faz depender decididamente da arqueologia, de obras literárias do passado e de culturas e tradições antigas, pois o conjunto desses elementos, até certo ponto, é um descortinamento da história. Neste contexto é surpreendente ver que centenas de culturas diferentes do mundo todo trazem consigo um relato de um dilúvio universal. “Estima-se que haja mais de 500 lendas em todo o mundo sobre uma grande inundação. Civilizações antigas como China, Babilônia, país de Gales, Rússia, Índia, América, Hawaii, Escandinávia, Sumatra, Peru e Polinésia todos têm suas próprias versões de uma gigante inundação.” – Bem, mais de 500 culturas distintas falando sobre um dilúvio universal é um número diverso de culturas muito grande para ser possível negar sua historicidade, tanto que nem Claude Lévi-Srauss conseguiu escapar a tamanha evidência[i], como bem lembrou o arqueólogo Rodrigo Silva (44min.), isso porque é ínfima a probabilidade deste relato estar espalhado em tantas culturas de localizações, línguas, etnias e hábitos diferentes sem que seja verdadeiro. Notemos algumas destes relatos:

Um Noé Chamado Atrahasis

Atrahasis é o texto mais antigo que conta a história do dilúvio, datado de 1750 a.C.. Com sinais cuneiformes, na língua acadiana, Atrahasis sobreviveu à grande inundação enviada por Enlil, um deus descontente com a humanidade, que decidiu destruir a todos através do dilúvio. Já o deus da água, Enki, instruiu Atrahasis a construir um barco de grande tamanho e de três andares, como o bíblico. O navio foi vedado com betume, como o de Noé. O herói embarcou com sua família e animais. Atrahasis ainda faz um sacrifício aos deuses.

Um Noé Chamado Manu

Um desses relatos do dilúvio é Hindu: Vishnu instruiu a Manu, um homem de bom coração, a construir um barco, e levar consigo sete sábios, numa salvação de oito pessoas, numa arca, como relata a Bíblia. O barco feito por Manu repousou sobre o topo de uma montanha, como o de Noé, que pousou sobre a cordilheira do Ararat (Gênesis 8.4). Manu, como o patriarca bíblico, fez também um sacrifício ao sair da arca e repovoou a Terra.

Nu’u, o Noé Havaiano

Os Havaianos também contam a história do dilúvio. Segundo os especialistas da Universidade de Oxford, seu nome é Nu’u, muito similar ao nome hebreu Noah, a quem conhecemos por Noé. Ele foi salvo de um dilúvio numa grande embarcação, com uma casa no topo. Sua embarcação também repousou sobre uma montanha, e em seu relato há ainda a menção dele ter feito sacrifícios ao deus Kane e um arco celeste. Oxford Reference conta outra história da região, na qual os ilhéus de Banks relatam um dilúvio, em que o herói melanésio se chama Qat, o qual construiu uma canoa em terreno elevado, esperando a chegada do dilúvio ali, do qual foi salvo.

Fahe, o Noé Chinês

China, um dos povos mais antigos do mundo, também conta sua versão do dilúvio. Desta vez seu nome é Fahe. O dilúvio seria enviado pelos deuses em função da rebelião humana, o que se assemelha muito com Gênesis 6. Logo, Fahe deveria construir uma embarcação para salvar pessoas e animais. Desse dilúvio foram salvos, curiosamente, Fahe, sua esposa, seus três filhos e suas três filhas… oito pessoas, que repovoaram a Terra, exatamente como conta a Bíblia.

Épico de Gilgamesh

No épico babilônico de Gilgamesh, o Noé se chama Utnapishtim, quem construiu um barco para levar a semente da vida consigo, ao tempo que trouxe todos os seus parentes e todas as espécies de criaturas a bordo do navio. Como Noé, ele solta aves para certificar-se de as águas terem baixado, e seu barco também repousou numa montanha.

Fonte: Cortesia – Petros Joseph Despinopoulou.

O Dilúvio de Poseidon

Os gregos, pais da filosofia ocidental, também contam sua versão do dilúvio. A mando de Zeus, Poseidon causou um dilúvio para destruir a humanidade. Os únicos sobreviventes foram Deucalião e Pirra, que construíram uma arca e levaram animais consigo. A Arca de Deucalião parou sobre uma montanha também, como a de Noé.

Um Noé chamado Tapi

Os Astecas, civilização já extinta, também contam um relato similar ao dilúvio bíblico. Nele, Tapi foi avisado pelo criador que deveria construir uma arca, na qual levaria sua esposa e um par de cada animal, no intuito de fugir das águas do dilúvio. Tapi fora considerado louco, até que o dilúvio veio destruindo homens e animais. Tapi soltou uma pomba, que não retornou, evidenciando que já havia terra seca.

Os Sumérios

Os Sumérios, possivelmente os inventores da escrita, ou seja, povo de quem se obtém os mais antigos relatos escritos da humanidade, têm também suas menções compatíveis com o relato Bíblico. Primeiro, é interessante notar que eles apresentam os homens com uma longevidade muito grande, mas que depois do dilúvio seu tempo de vida. Eles também possuem uma lista de reis que viveram antes e depois do grande dilúvio, tornando-se assim mais um povo que testifica da veracidade histórica do dilúvio mencionado na Bíblia.[ii]

A Versão Diluviana dos Índios Americanos

A Tribo Ojibwe conta que a harmonia humana foi quebrada, de modo que casais, famílias e tribos não mais se respeitavam, guerreando entre si. Todo o contexto trouxe tristeza ao coração do Deus Criador, Gitchie Manido, que continuou suportando a humanidade até o ponto de não ser mais possível, purificando a terra por meio de um dilúvio. Desta inundação sobreviveram Waynaboozhoo e animais, os quais foram salvos em troncos flutuantes.

Enfim, há um número elevado de culturas diversas que contam a história do dilúvio, havendo entre elas muitos pontos comuns de contato, como: Um salvador, uma embarcação, um dilúvio, um Deus ou deuses, uma família salva, entre outros detalhes que se harmonizam com o relato bíblico. Não há qualquer inferência lógica que justifique centenas de povos diferentes portarem o mesmo relato, a não ser de que o relato é um fato antigo testemunhado pela humanidade que originaram os povos, que carregaram naturalmente em suas tradições orais e escritas o evento vivido pelos seus antepassados.

FÓSSEIS: EVIDENCIAS DO DILÚVIO!

Primeiramente, para formar um fóssil, além das condições químicas do solo, como a presença de sílica e outros minerais é necessário soterramento rápido de lama, que para se formar é imprescindível a presença de água. Assim, o dilúvio é naturalmente um evento catastrófico que justifica com precisão a formação destes fósseis no mundo todo. E para fortalecer esta visão, há muitos fósseis contribuem muito devido seu local de origem e o local em que foram soterrados, como baleias, golfinhos, pinguins, crustáceos sobre montanhas altas, longe do mar. Por exemplo:

Árvores Fossilizadas e Pedras Arredondadas a 4 Km Acima do Nível do Mar

Como já mencionado, para haver fossilização é necessário soterramento rápido de lama, que requer, indubitavelmente, a presença de água. Este fator simples torna difícil a explicação de árvores petrificadas sobre montanhas há quarto mil metros acima do nível do mar, muito longe de rios, no Peru, na província de Kakenkorani. As árvores fossilizadas, além de bem preservadas, carregam encrustadas em si, diversas pedras arredondadas (1.50 a 3.50 min.), que também se espalham pelo local; pedras arredondadas são pedras peculiarmente formadas em rios. O dilúvio é perfeito para justificar, nesta altura acima do nível do mar, essa enorme fossilização de árvores e seixos arredondados distantes de água. E é curioso que isso não é uma singularidade exclusiva do Peru, há florestas petrificadas em vários lugares do mundo, como os famosos Petrified Forest National Park e o Yellowstone National Park.

Árvores Petrificadas e Seixos Arredondados (Se Formam em Água em Movimento)

Fonte: Origens. Árvores Petrificadas. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=zNmsRJ-64Uw > Acesso em: 14 fev. 2023.

Fósseis no Grand Canyon?

Os Fósseis que nos referimos em todo este estudo não são os de âmbar, gelo… mas os mineralizados, que são corpos de animais ou vegetais soterrados rapidamente por lama, sendo solidificados por sílica e outros minerais, transformando-se em pedra. Esta explicação torna curioso o trecho disposto no site do Grand Canyon, que diz: “O Grand Canyon tem muito mais do que belas paisagens. Ele contém uma incrível diversidade de formações rochosas com uma abundância de fósseis encrustados nele. As rochas sedimentares expostas ao longo do cânion são ricas em fósseis marinhos, como crinóides, braquiópodes e esponjas com várias camadas contendo fósseis terrestres, como impressões de folhas e asas de libélulas e pegadas de escorpiões, centopeias e répteis.” – É uma afirmação interessante pois somando a altura média de seus Cânions de 1500 m, mais a altitude de 3100 m do Rio Colorado acima do nível do mar, temos fósseis de animais marinhos numa região acima de quatro quilômetros de seu habitat natural. O que levou estes animais até lá? Que evento catastrófico teria o poder de não só os elevar, mas de os soterrar rapidamente para virarem fósseis? Todas estas características não parecem casar coerentemente com o dilúvio Bíblico justificando-o?

Baleias, Golfinhos e Pinguins Fossilizados sobre Montanhas

Na província de Pisco, no Peru, há um deserto, que dista uns trinta quilômetros do mar, e que porta uma peculiaridade fantástica: fósseis de centenas de baleias, golfinhos e pinguins. O Uniformitarismo não tem sido capaz de explicar estes fatos, especialmente os de oitenta dessas baleias terem sido fossilizadas com suas barbatanas, uma espécie de filtro colado na gengiva do animal por uma cola orgânica, que começa a se soltar imediatamente após a morte do animal, havendo possibilidade de fossilização dela de quase zero por cento, a menos que o animal seja soterrado muito rapidamente. O que teria causado essas fossilizações tão perfeitas e em tão grande quantidade de baleias espalhadas nesta vasta região? – O dilúvio bíblico parece uma resposta bem plausível para a elevação e distanciamento destes animais do mar, bem como para seu rápido soterramento e fossilização, pois as características de morte em massa e repentina são notáveis e irretorquíveis.

Baleia Fossilizada com sua Barbatana Petrificada em Perfeito Estado

Fonte: Origens. Baleias Fossilizadas. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MWCyyjJd9Sk> Acesso em: 15 fev. 2023.

Conclusão

Limitando evidências por acharmos desnecessárias em maior quantidade, verificou-se claramente pela abundância de evidências  históricas, antropológicas, físicas, científicas, paleontológicas e geológicas que a história de Noé, como contada na Bíblia é um fato fartamente documentado. De Noé, em Gênesis 10, discorre uma genealogia, da qual os descendentes de seu filho Set originarão o profeta Abraão. Será que este patriarca existiu? Teria alguma evidência que apontasse uma possível historicidade do pai da fé Judaica, Cristã e Muçulmana? – Leia este próximo artigo para obter esta resposta: Porque se Crer na Bíblia – (Historicidade Patriarcal III – Abraão).

Referências Físicas

[i] LÉVI-STRAUSS, Claude. A Estrutura dos Mitos. In: LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo, SP: Ubu Editora, 2017. p. 205-231.

[ii] SILVA, Rodrigo. Escavando a Verdade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 68-69.

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