SANTUÁRIO: Como Profecia Clássica

Profecias Clássicas e Apocalípticas

Pr. Weder Silva

As Profecias dividem-se basicamente em dois grupos importantes: Clássicas e Apocalípticas. As Profecias Clássicas eram ministradas por Deus ou outro mensageiro, normalmente a um ou vários povos, especificamente. Além de ser mais direta, sem muita simbologia, tinha uma abrangência mais local, contextual, em que os resultados dependiam da decisão do povo. Moisés, por exemplo, ouviu do Senhor que Ele abandonaria Israel. Contudo, o profeta, comovido, fez então seu pedido ao Senhor, a fim de que reconsiderasse este plano, e Deus retrocedeu (Êxodo 33). Deus não é menino, muito menos tem duas palavras; o caso é que a Profecia Clássica é condicional, sendo o comportamento de um ou mais homens determinante para mudar o curso da sentença. Há muitos outros casos de Profecias Clássicas, como o diálogo do Senhor com Caim em Gênesis 4.7 ou a história de Jonas, que deixam bem claro seu aspecto pontual, restrito e condicional.

Já as Profecias Apocalípticas diferem um pouco das Clássicas; enquanto estas são mais locais e micro contextuais, aquelas tem uma abrangência universal de macro contexto, isto é, abrangem o mundo. Enquanto as Clássicas dependem da decisão do homem, as Apocalípticas têm cumprimentos inadiáveis e irretorquíveis, independente da escolha pessoal, por exemplo: Jesus voltará (Apocalipse 1.7) e papo encerrado! As Trombetas (Apocalipse 8 e 9) se cumprirão completamente, as pragas cairão (Apocalipse 16) e o Milênio ocorrerá (Apocalipse 20)… percebam que tudo isso ocorrerá independente de qualquer decisão humana! É, portanto, com base nessa dicotomia, que passamos a considerar o Santuário, mas agora, apenas em seu aspecto Clássico.

Santuário em seu Aspecto Clássico

O Santuário Terrestre, construído por Moisés sob as orientações de Deus (Êxodo 25), esconde lições maravilhosas. No entanto, é imprescindível entender minimamente seu ritual diário e anual, que assim seguia:

OS RITUAIS

Santuário Terrestre

1 – EXAME E CONFISSÃO: O pecador vinha ao Santuário com um cordeiro sem defeitos ou mancha, e orava sobre a cabeça do animal, transferindo simbolicamente seus pecados ao animal, que morria em seu lugar.

2 – ALTAR: O pecador sacrificava o animal, o sacerdote o dilacerava, colhia parte do sangue e queimava o animal no Altar de Sacrifícios, também conhecido como Altar de Holocaustos.

3 – PIA DE BRONZE: O Sacerdote lavava as mãos e os pés na água da pia de bronze.

4 – CANDELABRO, 5 – MESA & 6 – ALTAR DE INCENSO: Com azeite e espevitadores que estavam sobre a Mesa, o Sacerdote alimentava as 7 Lâmpadas do Candelabro. Ao tempo que, também de sobre a Mesa, ele pegava incenso, dum recipiente, e alimentava o Altar de Incenso, que só podia ser aceso ou alimentado com brasas que se retiravam do Altar de Holocausto, isto é, um fogo sagrado e não o comum. Antes de sair, ele também borrifava sangue no véu que separava o compartimento Santo e Santíssimo, transferindo, assim, os pecados ao Santuário.

7 – DIA DA EXPIAÇÃO: Todo o trabalho de 1 a 6 era feito todos os dias, uma vez pela manhã e outra vez pela tarde. Contudo, uma vez por ano, no dia 10 do sétimo mês, ocorria o dia da Expiação (Yôm Kippur ou Dia do Perdão ou Juízo). Um ritual semelhante ao apresentado acima, embora mudasse o tipo de animal sacrificado, o Sacerdote, que neste caso só podia ser o Sumo Sacerdote que agora entrava no compartimento Santíssimo para encarar o Shekinah (Presença de Deus como uma Nuvem de Glória) e fazer a purificação do Santuário, depois de borrifar sete vezes, com o dedo, sangue sobre o Propiciatório (Tampa da Arca do Testemunho em que continha os Dez Mandamentos).

SANTUÁRIO E SEUS ASPECTOS CLÁSSICOS

O Ritual do Santuário em seus Aspectos Clássicos tem uma aplicação clara com a Jornada Cristã, a qual passamos a considerar. É Clássico exatamente porque está profetizado mas nem todos desejarão viver este processo:

Santuário Terrestre

1- EVANGELHO, ARREPENDIMENTO, CONFISSÃO E CONVERSÃO: O Evangelho nos constrange o coração em arrependimento pelo pecado cometido, por isso, como o pecador orava sobre o cordeiro transferindo simbolicamente seus pecados ao animal, nós, pela fé e oração, confessamos e transferimos nossos pecados a Cristo Jesus, o Cordeiro de Deus e, uma vez perdoados, tornamo-nos convertidos.

2 – IMERSÃO NO BATISMO: O verdadeiro cristão não para somente no arrependimento e confissão; uma prova de sua conversão é ele desejar o batismo, no qual ele imerge, simbolizando sua morte para o pecado, apresentando visivelmente à Igreja o arrependimento interno que não poderia ser visto de outra forma.

3 – EMERSÃO NO BATISMO: O cristão não só imita a morte de Cristo para o pecado, no batismo, o cristão emerge da água apontando a ressurreição para uma nova vida vitoriosa, como Jesus.

4 – BRILHANDO COMO IGREJA: Agora, o crente faz parte do corpo de Cristo, a Igreja. Deste modo, pelo amor, união e valores bíblicos, ele, com seus outros irmãos, ilumina o mundo em trevas. Isso só é possível porque uma vez em comunhão com Deus e a Igreja, o servo recebe o Espírito Santo, que guia a Igreja na união amorosa e na Palavra.

5 – PÃES NA MESA: Os Pães representam a Bíblia, que alimenta a vida Espiritual do crente; pela fé originada por ela, recebe o Espírito Santo diariamente, e se liga a Cristo que está no Céu intercedendo. Perceba que é da mesa que vem o azeite que faz a Igreja brilhar e o incenso e motivação que leva a Igreja a orar.

6 – ALTAR DE INCENSO: O Altar de Incenso lembra-nos as orações dos crentes subindo ao Céu, perfumadas pela Justiça de Jesus. Sim, o cristianismo pessoal não existe sem orar, de modo que o estudo da Bíblia e a oração são as molas propulsoras da vida cristã em comunidade, fazendo a Igreja brilhar.

7 – ARCA DA ALIANÇA NO SANTÍSSIMO: O sumo sacerdote entrava apenas uma vez no ano para realizar a Expiação dos Pecados e encarar o Shekinah (Manifestação visual de Deus em uma nuvem de Glória sobre o Propiciatório [a tampa da Arca], entre os dois querubins). Era no dia 10 do sétimo mês, na denominada festa do Yôm Kippur (Dia do Perdão/Juízo). Isso representa que, o crente que entrará na glória passou antes pelo processo de Justificação, quando aceitou Jesus, confessando seus pecados em arrependimento, demonstrando isso pelo batismo (Marcos 16.16); viveu uma vida de oração e estudo da Bíblia, refletindo a luz de Cristo como Igreja.

CONCLUSÃO

Processo

O fato é que se entende, por este exemplo, que todo o cidadão do Céu passará, dentro de seu conhecimento amplo ou limitado, pelo processo completo de Salvação: Na Justificação pela Fé Cristo nos livra da Condenação do Pecado, na Santificação Ele nos livra do Poder do Pecado, e na Glorificação Deus nos livrará da presença do Pecado. Não é sem razão que o autor de Hebreus escreve que sem santificação, ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14), isso, em razão de ela iniciar após a Justificação. Quer você chegar ao Céu? – Não fuja do processo, Deus não se deixa escarnecer!

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